25.04.2019
O que aprendi com a administradora israelense Miri Yudovich
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Professor da FAE Business School relata seus aprendizados com administradora israelense.
Na terça-feira (23), fizemos uma das visitas mais marcantes (senão a mais) que poderia acontecer em uma aceleradora de startups. Tivemos um depoimento ímpar da COO da SafeHouse, Miri Yudovich (três anos de serviço militar no exército israelense, bacharel em finanças, pós-graduada em economia e em negociação de conflitos, com passagens pela Inglaterra e pela Rússia) que consistiu nos seguintes pontos principais (os comentários são meus, pois é o que falamos em sala de aula todos os dias):
- Antes de (tentar) ser empreendedor, trabalhe muito em outras empresas (seja intraempreendedor e entenda como o jogo é jogado, antes de sair achando que já sabe tudo e/ou que o mais rápido e “criativo” é quem vence). Experiência é mais importante que a inovação (pela inovação somente).
- Faça (muitos) quantos estágios (internships) puder (ou enquanto puder), adquira visão de mundo (aprenda a trabalhar em diferentes culturas e contextos) e estude muito.
- Ninguém faz nada sozinho. Você não tem todos os conhecimentos e capacidades para chegar ao sucesso, por mais genial que você julgue ser (não existe o “the winner takes it all”).
- Inovação precisa de conhecimento, experiência e recursos – e de muito trabalho, é claro, senão é apenas mais um buzzword!!!
- Estatisticamente, startups de sucesso são majoritariamente compostas de empreendedores mais velhos (não apenas na idade, mas na experiência).
- Falhar e errar não são tabus nem pecados mortais. Continue tentando!
- A chave do sucesso (ou a principal delas) está em “entender de gente”, saber se relacionar com as pessoas, muito mais do que conhecimento técnico (ou apenas formação acadêmica).
- As mulheres ainda estão em desvantagem no mundo corporativo em relação aos homens. E (nas palavras dela) precisam “ter culhão”. Mas a combinação entre homem-mulher (ou masculino-feminino) ainda é (e será) a melhor solução para uma startup (ou qualquer empresa) de sucesso. Diversidade e inclusão.
Na prática, a conclusão a que se chega acaba sendo a mesma que defendemos no MEP há anos: a Administração (e as empresas, ou startups, como queiram) continua dependendo do velho (e bom!) trabalho braçal e intelectual, sem truques de palco, sem soluções messiânicas e de curto prazo.
Resultados consistentes e duradouros emergem do trabalho amadurecido com o tempo, com a adição de conhecimento que vem também do fracasso. Estamos fazendo muita coisa errado, como sempre, endeusando “celebridades instantâneas” (que acabam na miséria e/ou na cadeia) e quem enriquece sem trabalhar. Não adianta querer inovar quando não se sabe fazer o básico, acreditando na inovação como fator exclusivo de sucesso, que tudo se faz sozinho e em segredo e, pior, sem estudo.
Precisamos de uma mudança de mentalidade, precisamos voltar atrás e recuperar as etapas que os ingênuos (ou mal-intencionados) nos fizeram acreditar que poderiam ser queimadas. Como já sabíamos, não existem milagres.
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