05.03.2015
O gás de xisto e o futuro do Oriente Médio
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Confira artigo do professor Dr. Adalberto Scortegagna sobre a importância geoeconômica do Oriente Médio na atualidade.
A resposta talvez seja simples: o Oriente Médio está gradualmente perdendo importância no contexto geoeconômico mundial. Nos últimos anos, grandes jazidas de petróleo foram descobertas na Venezuela, no Brasil (pré-sal), no México e em Angola. Os países da OPEP poderiam reduzir a produção e manter o preço do petróleo no patamar de U$ 100, porém a estratégia desses países, em especial da Arábia Saudita, é manter o petróleo a um preço menor e, assim, desestimular a produção de outros países que têm um custo elevado de extração. É o caso do Brasil em relação ao pré-sal, onde o barril custa mais de U$ 40. Porém, essa estratégia pode não dar os resultados esperados, pois o grande problema enfrentado pelo Oriente Médio refere-se à exploração do gás de xisto, existente em grandes áreas dos Estados Unidos e em diversos outros países como China, Argentina e Brasil.
O gás de xisto vem provocando uma revolução nos Estados Unidos, gerando perspectivas de independência energética nos próximos anos. É essa possibilidade que assusta os países produtores de petróleo, pois cotando atualmente em U$ 50 o barril e sem perspectivas futuras de aumento nos preços, esses países vislumbram um futuro sombrio. Isso porque, se no passado o petróleo garantiu a sobrevivência de ditaduras na região, sem a contrapartida de um desenvolvimento econômico e social para suas populações, na atualidade essa commodity negociada a preço tão baixo pode levar muitos desses países a presenciar uma crise econômica e social jamais vista.
Artigo escrito pelo professor de Geoeconomia do curso de Negócios Internacionais, Dr. Adalberto Scortegagna, especial para Associação de Ex-alunos FAE - FAEx
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