10.10.2014

CEO da Buscapé fala sobre empreendedorismo na Feira de Gestão


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Romero Rodrigues contou a história da empresa, problemas e soluções encontradas nos 16 anos no mercado.
Romero Rodrigues contou a história da empresa, problemas e soluções encontradas nos 16 anos no mercado.
“Os fracassos construíram minha a trajetória”, destacou um dos fundadores e o principal executivo do Buscapé Company, Romero Rodrigues, aos estudantes que participaram do último dia da 13ª Feira de Gestão da FAE Centro Universitário, nesta quinta-feira (09), realizada em Curitiba desde o último dia 7 e que reuniu grandes palestrantes e discussões sobre o futuro na gestão.

De maneira descontraída e apresentando uma visão diferente da maioria dos tradicionais empresários brasileiros, o executivo de 36 anos, de características arrojados e de pensamento rápido, contou como o projeto criado com colegas da faculdade se tornou um grande negócio que hoje é responsável por cifras milionárias, uma divisão com 16 empresas e pouco mais de 1,3 mil colaboradores espalhados por diversos países.

Durante a palestra, intitulada “Gestão do Futuro”, Rodrigues frisou que diversos aspectos devem ser alterados dentro das corporações e da sociedade brasileira para que possam se adaptar ao futuro, a começar por retirar o estigma do fracasso. Para ele, o fracasso é algo positivo que tem como significância a experiência: -- Quem só acerta não aprende! Temos que incentivar a cultura do fracasso, de maneira controlada para não botar em risco a empresa, mas para valorizar a experiência que ela gera, pois o medo trava as pessoas e tira delas a capacidade de inventar, de inovar.

De acordo com ele, no Brasil, a dor de errar é três vezes maior do que o prazer de acertar. “Esse padrão é muito diferente do que nos EUA, onde os fracassos são analisados como boas referências, pois o erro cometido e a capacidade de lidar com problemas decorrentes têm valor”, disse.

Rodrigues falou sobre a importância do capital intelectual da empresa, que são seus colaboradores, e da necessidade da manutenção da cultura que motivou a empresa, a essência. “Na Buscapé nem o mobiliário é nosso. É tudo alugado, mas o que valorizamos são as pessoas e suas capacidades, pois o talento é que vence o jogo”, disse. “E talento atrai talento, pois quem não quer ‘jogar’ em uma boa equipe?”, ponderou.

Persistência e foco

Rodrigues arrancou gargalhadas dos estudantes quando narrou alguns fatos marcantes da empresa, principalmente no início, quando eles receberam a primeira ligação e esta se tratava de uma ameaça de processo, por parte de um dos maiores varejistas do país. Vale lembrar que naquela época – no final da década de 90 – preços dos produtos não eram passados ao consumidor nem por telefone, apenas pessoalmente.

Anos mais tarde, em uma atitude para defender o mercado que havia acabado de criar, o Buscapé decidiu retirar de suas pesquisas de preço o tal varejista e, um dia depois, para surpresa da equipe, uma nova ligação, daquela mesma loja foi recebida, desta vez em tom satírico, informando que iria processar o Buscapé se estes não o incluíssem nas consultas e que desta vez ainda iriam pagar para participar, como o que já ocorria com todas as demais lojas. “Eles sentiram o impacto nas vendas”, explicou. “Nossa cultura empresarial é de empoderar o consumidor, poder que já foi do varejista e, mais antigamente, dos industriais”, comentou.

Após a palestra, onde deixou uma mensagem aos universitários de que uma ideia boa é uma ideia implementada, o executivo respondeu questionamentos de professores e dos estudantes.



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