25.03.2019

Como o novo consumidor tem mudado a realidade das empresas


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Conectado, informado e exigente, o consumidor espera por agilidade e inovação
Conectado, informado e exigente, o consumidor espera por agilidade e inovação
Muito se tem falado sobre tendências digitais e novidades tecnológicas no mundo dos negócios. Para boa parte das pessoas, as tecnologias aplicadas a negócios são tratadas como algo que está por vir. Grande engano. “Se você ainda tem a sensação de que determinados segmentos do mercado não serão impactados ou que determinadas disrupções ainda são futurologia, devo dizer que você está caminhando numa autovia, ou seja, o mundo avança em ritmo tão acelerado que você não consegue acompanhar”, alerta Gustavo Comeli, empresário e professor de Políticas Públicas para Inovação na FAE.

As novidades surgem da noite para o dia, enquanto você ainda faz contas para saber que tipo de tecnologia vai melhorar seu negócio. É provável que, quando decidir, terá escolhido algo obsoleto. “A busca de melhores soluções para integrar produção e vendas − que aproximam e melhoram sua relação com os clientes, facilitam a identificação de oportunidades em mercados concorridos, entregam mais rápido e melhor aquilo que o cliente quer − passa inevitavelmente por tecnologias como realidade virtual, inteligência artificial, Big Data, ferramentas ágeis de desenvolvimento e gestão de projetos”, complementa Comeli. Ele afirma que as organizações que estão “quebrando” modelos, liderando novos mercados são tidas como organizações exponenciais, ou seja, têm grande capacidade de aumentar seu desempenho, sem precisar aumentar custos e estrutura na mesma proporção. “E a grande sacada desse novo conceito é a capacidade de resolver determinados problemas comuns a milhares de pessoas ou empresas com uma única solução”, aponta.

Ninguém está de fora deste processo, não é tendência, é realidade, já aconteceu e ainda vai acontecer muito mais. Indústria, varejo, serviços, tudo está sendo transformado e o porquê dessa transformação se deve a uma peça importantíssima da engrenagem de negócios: o consumidor. “A possibilidade de ser onipresente, de ter recursos na palma da sua mão para escolher o que, onde e como quiser, tem feito com que indivíduos como você e eu pensem de maneira muito diferente as relações sociais e de consumo. O poder está cada vez mais na mão do consumidor e em tempo real nesse novo mundo. Se você não está conectado, você está fora”, afirma o professor.

Não basta acompanhar canais digitais, ver vídeos ou ler livros sobre essas transformações, é preciso agir. Ter agilidade para tomar decisões, estar próximos de centros de inovação ou de empresas inovadoras. Conhecer muito bem seu cliente e seu mercado são regras já conhecidas, mas que estão girando num ritmo muito mais rápido do que em anos anteriores.

“A questão não é só estar à frente do mercado, é estar preparado para agir e reagir. Quem está à frente, inevitavelmente, é aquele que conhece muito bem seu cliente, suas preferências e suas dores e sabe como converter isso em resultado para ambos. Portanto, tecnologias e suas diferentes formas de aplicação são, nada mais nada menos, que ferramentas para competir. Qual a capacidade e a agilidade que você tem para fazer uso delas? É esse entendimento que buscamos passar para nossos alunos. Nessa direção, o curso de Transformação Digital de Negócios da FAE auxilia e qualifica profissionais a conduzirem a transformação de seus negócios por meio da Economia Digital”, reforça Comeli.

A inovação no ambiente de negócios

Ambientes mais flexíveis, informais e pautados nas novas tecnologias estão em ascensão. Esse é um aspecto que funciona muito bem para as startups e mostra um cenário de transformação no mercado. Mas como aplicá-los em grandes corporações com organizações tradicionais? Os objetivos e as aspirações dos millennials são muito diferentes dos das gerações anteriores, que muitas vezes estão nas diretorias de grandes empresas. “Precisamos ficar atentos a estas mudanças de hábitos para atrair talentos. Temos que criar identidade com eles e com a forma que a empresa trabalha. Jovens resultam em potencial de crescimento, por isso precisamos desenhar um ambiente de trabalho que adote a liberdade almejada pelos jovens em equilíbrio com uma organização muitas vezes estruturada de modo tradicional”, enfatiza Herbert Lau, diretor executivo de uma empresa nacional de médio porte.

Para ele, as grandes empresas tradicionais estão sendo constantemente desafiadas com as rápidas mudanças de mercado. “A velocidade com que as novas tecnologias têm produzido mudanças no ambiente de negócios coloca os modelos tradicionais em risco de disrupção. Para aumentarmos o ritmo de adaptação às mudanças de hábitos dos consumidores, temos adotado técnicas típicas de empresas de tecnologia digital, como o Business Model Canvas. Simples e visual, ele permite avaliar o negócio sob a ótica dos recursos, produtos, serviços e encontrar oportunidade de novos mercados ou propostas de valor com maior reconhecimento pelo consumidor, verificando o ambiente e proporcionando adaptação às mudanças”, completa Lau.

Herbert acrescenta que aumentar o ritmo de inovação também é fundamental, buscando uma validação rápida das oportunidades, com redução dos investimentos e riscos associados. “Para isso, usamos técnicas como MVP (Minimum Viable Product) e o modelo de Open Inovation, no qual formamos parcerias com startups ou as trazemos para dentro do nosso negócio. Assim não dependemos apenas das ideias geradas dentro da organização”, conclui.

Esse conteúdo foi publicado no Carreira e Futuro, do G1 Paraná.

Imagem:Unsplash


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