03.10.2016
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Diego Hatschbach Ferreira, ex-aluno da FAE, conta como vivencia a “formação humana” na prática
Diego Hatschbach Ferreira, 29 anos, é graduado em Administração (2008) e em Ciências Contábeis (2014) pela FAE Centro Universitário. Em 2015, conquistou o Troféu Francisco de Assis e concluiu uma pós-graduação em Planejamento e Gerenciamento Estratégico. Casado, natural de Guaratuba (PR) e atualmente residindo em Curitiba, Ferreira trabalha em uma organização da sociedade civil e conta nesta entrevista como o voluntariado e a família foram imprescindíveis na sua formação humana e profissional. Confira!
“Sou responsável por gerir, monitorar e controlar a execução de projetos sociais que atendem um dos maiores hospitais públicos do Brasil e que depende diariamente de todos os esforços possíveis para oferecer atendimento de qualidade e o mínimo de conforto aos pacientes. Uma grande responsabilidade, pois o meu trabalho pode salvar vidas.
Pretendo me tornar uma liderança no Terceiro Setor, dar palestras e ser professor de universidades. Creio que, aos poucos, mantendo a dedicação, seriedade e amor ao trabalho, alcançarei os objetivos.”
Sonho de criança
“Certo dia (24/08/2016), que considero o grande marco (para mim) dentro da entidade, recebo uma ligação da equipe de médicos e enfermeiros da UTI pediátrica. Nesta ligação, um pedido para realizar o sonho de uma criança, um guerreiro de 11 anos, internado devido à doença chamada fibrose cística. Infelizmente, a doença tomou conta e os médicos já a diagnosticaram afirmando uma vida curta. Na ligação, uma frase chamou a atenção: “nosso tempo é curto”.
O sonho desta criança, escrito por ela numa folha de papel: “Oi, eu sou o Gabriel, eu queria ganhar um carrinho do Lego City, mas não posso comprar porque eu estou internado e não tenho dinheiro”. Sabe aquela história do último desejo? Neste caso vindo de uma criança, que não está pedindo dinheiro tampouco um Iphone ou um tablet, e sim um brinquedo. Não é qualquer brinquedo, é um Lego, algo que despertaria a criatividade do pequeno Gabriel. Qualidade esta que ele já tinha de sobra, pois era um grande artista, fazia esculturas de massinha de modelar e as vendia (R$ 4,00) para poder comprar o Lego que ele tanto queria.
Não pensei duas vezes e falei para todos: “eu vou comprar o brinquedo e entregarei pessoalmente”. Ouvi: “poxa, mas é caro”, o que pouco importava naquele momento. Nada que se comparasse ao valor do sorriso e do bem-estar de uma criança, que merecia ser feliz e passar, não só 10 ou 20 dias, mas sim todos os dias que lhe restavam de vida ao lado do brinquedo. Coloquei-me no lugar do Gabriel e da sua família. Como todas as ações têm reações, esta não foi diferente. No dia da entrega do brinquedo (25/08/2016), notava nos olhos dos médicos e enfermeiros que estavam presentes o quanto aquele momento era importante para aquela criança. Recebi uma mensagem logo após a minha saída do hospital: “O Gabriel está todo feliz e toda a equipe junto. O bem que você fez foi a todos!”. No dia 6 de setembro, o Gabi tornou-se uma estrela no céu e meu anjo da guarda.
Com essa ação, compreendi que há situações que não dependem de projetos, programas, campanhas, reuniões ou burocracias. Há situações que dependem de boa vontade, coração e atitude. Afinal, o amanhã pode ser tarde demais. O tempo é agora. Se eu posso fazer o bem ao próximo, que eu não perca o tempo que para outra pessoa possa ser decisivo. Acredito que temos muitas pessoas fazendo ações incríveis pelo mundo afora. São indivíduos que estão se especializando e se capacitando na busca por soluções viáveis e sólidas para a garantia e a defesa dos direitos humanos. Estas pessoas têm que ser reconhecidas e valorizadas. Estas pessoas deveriam ser os grandes líderes mundiais. É necessário dar oportunidade a quem se importa com o próximo, agindo com amor e justiça. Hoje, somente fazer o bem me felicita, porém, causar impacto social me realiza.”
Família como exemplo
“Tudo que tenho hoje devo à minha família, que me proporcionou todas as oportunidades e condições de me tornar um ser humano digno. Ensinaram-me a ser gentil e educado com quem quer que seja, a colocar o respeito e a humildade em primeiro lugar, a ter empatia e a sorrir, tendo o hábito de praticar o “bom-dia” desde o momento de sair de casa, do porteiro do prédio ao chefe da empresa. Mesmo nos momentos difíceis, nunca mediram esforços para me proporcionar uma educação com qualidade.
Sempre tive o apoio familiar nos caminhos que pretendia seguir, como, por exemplo, quando decidi fazer intercâmbio, trabalhando como camareiro, arrumando quartos e limpando banheiros em hotéis nos EUA. Nunca fui de pedir bens materiais, pois reconhecia o bem moral e ético que recebia, principalmente quanto ao significado de “Fazer o Bem”. Cresci seguindo o caminho da caridade ao observar e criar interesse pelas ações voluntárias que a família realizava (e realiza) em prol das pessoas menos favorecidas.”
Voluntariado
“No início da adolescência, já no Movimento Escoteiro, comecei a fazer trabalhos voluntários em creches, orfanatos e em escolas especializadas. Eis que surge uma oportunidade de ser voluntário para jovens com deficiência em uma escola especial. Chance real para amadurecimento na vida pessoal. Reflexão no sentido de reclamar menos dos problemas pessoais ao ver aqueles jovens com coragem para enfrentar as dificuldades. Começo a enxergar a vida com outros olhos e tendo a certeza de que poderia contribuir para um mundo melhor. Com o passar do tempo, começo a organizar encontros com amigos, a promover jogos solidários de futebol, a comemorar meus aniversários pedindo doações em vez de presentes, com o intuito de arrecadar alimentos e roupas, beneficiando instituições carentes.
Assim como as crianças e os jovens, tive vários sonhos e desejos ao longo da vida, tais como: ser jogador de futebol, piloto de Fórmula 1, cantor e empresário no ramo de cafeteria. Todavia, sinto que a minha missão de vida esteja direcionada aos impactos e transformações sociais que posso realizar. Acredito que foi por meio desse espírito social e solidário que naturalmente fui atraído pelo âmbito profissional.
Em 2013, atuei em uma organização filantrópica. Na ocasião, fui um dos responsáveis pelo planejamento estratégico das unidades sociais localizadas nos Estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste do Brasil e me sentia feliz estando junto ao público-alvo. Era preciso estar in loco para poder compreender a necessidade de cada espaço, de cada comunidade e de cada pessoa.
Um dos momentos marcantes foi quando participei de uma missão a trabalho em Florianópolis (SC), onde passei a noite na casa de uma das famílias da comunidade “Morro da Cruz”. Uma experiência rara e de boas lembranças, como a receptividade com que fui acolhido naquele ambiente simples, porém de uma harmonia impressionante. Ao dormir, a senhora que ofereceu sua casa deixou ao meu lado um cesto com frutas; fiquei encantado com o gesto. Será que eu faria o mesmo?”
Gratidão
"Sou grato à FAE pelos oito anos de aprendizados e vivências marcantes. Tanto os professores como os colegas contribuíram para me tornar uma pessoa e um profissional de conduta ilibada. Foram inúmeras disciplinas empreendedoras, trabalhos exigentes, ferramentas estratégicas, diálogos importantes, inclusive no âmbito do Terceiro Setor, e valores humanísticos franciscanos que agregaram nas iniciativas, atividades e atitudes sociais citadas neste texto e também outras realizadas ao longo da vida."
A FAE também quer contar a sua história!
É ex-aluno de graduação ou de pós-graduação da FAE e tem uma história interessante sobre a sua experiência com a Instituição? Então, entre em contato com a equipe da FAEx pelo e-mail faex@fae.edu ou pelo telefone (41) 2015-4147 e compartilhe com a gente!
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