17.08.2016
Curitiba abriu a semana do economista com atividades para a população
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Primeiro dia da ação comemorativa ocorreu na FAE Centro Universitário
O Dia do Economista (13 de agosto) motivou a realização de uma semana de atividades gratuitas para a população de várias cidades do Paraná. Por meio de uma iniciativa do Conselho Regional de Economia do Paraná (Corecon-PR), o início dos trabalhos ocorreu com o EnTenda de Economia, no dia 11 de agosto, em Curitiba, em frente à FAE Centro Universitário. A ação reuniu professores e alunos dos cursos de Economia, de diferentes Instituições, que foram às ruas para levar informações sobre consumo consciente e educação financeira.
Balanço econômico
A programação do Discutindo Economia iniciou com a discussão sobre “Os impactos econômicos dos acordos de leniência”, apresentado pelo presidente da Associação Paranaense de Direito e Economia (Adepar), Vinicius Klein, e pelo presidente do Corecon-PR, o economista Eduardo Moreira Garcia.
O objetivo do primeiro painel foi debater a possibilidade de minimizar os impactos econômicos e maximizar o combate à corrupção ao mesmo tempo, pois segundo dados de 11/08/2015, da GO Associados, os impactos da Lava Jato na Economia refletiram em perdas de R$ 142,6 bilhões, o que equivale a 2,5% do PIB, gerando redução de 1,9 bilhões de empregos diretos e indiretos, queda de R$ 22,4 bilhões em salários e diminuição de R$ 9,4 bilhões em arrecadação de impostos. Essas informações foram apresentadas pelo presidente do Corecon-PR, Eduardo Moreira Garcia, com o intuito de provocar a discussão, ressaltando que não há interesses favoráveis ou contrários, apenas a análise dos impactos de forma isenta.
Vinicius Klein fez uma análise sobre o papel e os objetivos de cada um dos agentes envolvidos num acordo de leniência, (previsto na Lei Anticorrupção, quando a empresa admite comportamento irregular e contribui com a investigação, passando informações em troca de punições mais leves). Ele destacou a importância delas nas investigações da Lava Jato, porém apontou que o excesso de publicidade e o vazamento de informações podem ter aumentado os custos econômicos gerados pela operação. Ainda, esses custos devem ser sopesados com os potenciais ganhos da redução da corrupção no desenvolvimento econômico, mas para que isso se concretize tem-se uma série de providências adicionais a serem realizadas.
Esperança econômica
O segundo painel, que envolveu os economistas Carlos Ilton Cleto, professor da FAE Centro Universitário, José Guilherme Vieira, professor das Faculdades Santa Cruz, e Lucas Dezordi, professor da Universidade Positivo, teve como tema “A conjuntura econômica e a retomada do crescimento”.
Lucas Dezordi abriu a discussão falando sobre o desequilíbrio macroeconômico nacional, os desafios econômicos e as perspectivas para 2016 – 2018. Ele destacou que no ano de 2015 o país viveu um grande choque de oferta do custo de produção, com o aumento dos produtos administrados pelo governo, como o da gasolina e da energia elétrica, e que o período do final de 2014 e início de 2015, registrou um cenário oportuno para o aumento da inflação. Ele disse que a perspectiva é de recuperação gradual da economia brasileira e do mercado de trabalho, que é preciso estabilizar a dinâmica da dívida/PIB, no longo prazo e equilibrar a taxa de câmbio, para que seja mais estável. Porém, observou que não vê um cenário de expansão no período analisado.
O economista Guilherme Vieira observou o mercado financeiro, que busca uma recuperação da confiança no mercado. Segundo ele, é preciso restabelecer a confiança dos investidores e melhorar a eficiência das empresas. A recuperação da bolsa de valores e nos títulos públicos já começou, mas levará tempo para se solidificar. Para isso, ele diz que se faz necessária uma reforma do Estado, investimento na infraestrutura, adoção de modelos de crescimento e estratégias de inserção. Ele ainda alertou que a crise afeta todo mundo e que muitas empresas não tem dinheiro nem para fechar as portas.
Cleto também diz ver sinais de melhoria na economia, pois nos últimos quatro meses a produção não foi negativa, porém ressaltou que não dá para dizer que a economia voltará a crescer. Além disso, ele colocou em questão se foi acertada a decisão do COPOM em manter a taxa de juros em 14,25, o que eleva as expectativas de aumento da inflação, prejudicando o combate à alta de preços.
O professor da FAE ainda destacou a questão do crescimento da dívida pública frente ao PIB e do déficit primário que inviabiliza a adoção de políticas fiscais expansionistas, o que deixa a economia dependendo de sinalizações positivas do mercado. Apesar dos aspectos negativos, na exposição foi destacado que o Brasil é um país viável e mesmo com os aspectos negativos apresentados nas palestras, a crise vai passar.
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