Se você costuma questionar se o seu desempenho profissional é uma fraude, pode ser que você esteja sofrendo da síndrome do impostor. Assim como o nome sugere, é um conjunto de “sintomas” e sinais que fazem com que as pessoas duvidem profundamente da própria capacidade.
A síndrome do impostor costuma estar ligada principalmente às habilidades profissionais. É comum que haja uma série de sentimentos e pensamentos questionando o desempenho e o valor como profissional. Porém, essas inseguranças não têm relação alguma com os resultados apresentados por essas pessoas.
De acordo com uma pesquisa desenvolvida pela psicóloga Gail Matthews, da Universidade Dominicana da Califórnia (EUA), a síndrome do impostor atinge 70% das pessoas bem-sucedidas. Ou seja, mesmo os profissionais com um bom desempenho e com uma carreira bem estruturada, podem ser assombrados pela síndrome do impostor.
A seguir vamos abordar algumas questões importantes sobre a síndrome do impostor e estratégias de mudança de mindset para combate-la.
O que é a síndrome do impostor?
Trata-se de um padrão de comportamento impregnado pelo sentimento de insuficiência. Sendo assim, a noção “não ser bom o suficiente” se reflete na percepção sobre quilo que faz, duvidando das próprias realizações e capacidades.
É comum que todas as pessoas, enquanto profissionais, se sintam vulneráveis e inseguros em algum momento ao longo da jornada. Porém, a síndrome do impostor se caracteriza pela alta recorrência de se considerar uma farsa e subestimar a si mesmo.
Podemos associar essa insegurança à baixa autoestima, à forte autocrítica sobre o próprio trabalho e à falta de autoconhecimento para avaliar seus desafios e objetivos profissionais. Apesar de não ser exatamente uma doença — sem Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) própria —, o estado psicológico pode prejudicar a saúde física e mental de uma pessoa.
Além disso, essa ideia de inferioridade é capaz de travar as chances de êxito na carreira. A boa notícia é que superar essa sensação é perfeitamente possível. Veja a seguir algumas formas de identificar a síndrome do impostor.
Quem sofre com essa síndrome?
Personalidades muito conhecidas, como a ex-primeira dama Michelle Obama, o ator Tom Hanks, já expuseram suas respectivas experiências sofrendo de síndrome do impostor.
Para o professor mestre da FAE Business School e coordenador do curso de psicologia da FAE, Edgar Pereira Júnior, o indivíduo que sofre com essa desordem de autopercepção assume uma postura caracterizada pela visão de que não é merecedor. Isso vem acompanhado do pensamento que outros são melhores que suas conquistas são sorte ou que não são realmente relevantes.
Pessoas que sofrem com a síndrome do impostor geralmente têm pensamentos disfuncionais sobre os eventos. Isso indica uma fragilidade de autopercepção e distorção da realidade. Segundo Júnior, as atitudes de descontrole emocional, ansiedade, medo constante do fracasso e vergonha de exposição podem ser indicativos da síndrome.
Como identificar a síndrome do impostor?
Para aprender a lidar com a síndrome do impostor é preciso entender como ela surge e quais são seus sinais. Para isso, Júnior explica como funciona a relação entre emoções, comportamentos e percepções.
Ele esclarece que as emoções e comportamentos são consequências da maneira como percebemos e interpretamos os fatos. Sendo assim, o primeiro passo para lidar com a síndrome do impostor é avaliar o nível de racionalidade e de validade dessas percepções.
Para identificar uma distorção de autopercepção, é importante avaliar se o estado emocional em determinadas situações é proporcional. Sentir um alto estresse antes de uma apresentação simples de trabalho, por exemplo, pode indicar que as emoções estão desreguladas.
A frequência de situações que não sabemos lidar com nossos erros e frustrações podem ser indicativos de síndrome do impostor. Para aquele que se considera incompetente de forma disfuncional, mesmo uma situação rotineira simples pode ser fonte de estresse.
A presença de sentimentos paralisantes ou de insatisfação com a própria carreira também são possíveis indicativos. Além disso, negar oportunidades de crescimento e o hábito de procrastinar tarefas são comportamentos resultados dessa distorção.
Atuando na orientação de carreira, na atração e captação de talentos, Júnior já acompanhou diversos casos de síndrome do impostor. Profissionais inseguros diante da possibilidade de conquistar objetivos, com dificuldade de compreender com clareza suas competências possivelmente sofrem com uma autopercepção distorcida.
Gatilhos que desencadeiam a distorção da autopercepção
A origem da síndrome pode ser multifatorial e pode ser desenvolvida em diferentes momentos da vida profissional. Veja a seguir gatilhos comuns que despertam a síndrome do impostor e confira dicas do professor da FAE para controlar a sensação de fraude.
- Busca por perfeccionismo;
- Situações de fracasso;
- Ambientes de grande pressão ou crise;
- História de vida com frustrações;
- Redes sociais (percepção de que a grama do vizinho é sempre mais verde).
Dicas para controlar a síndrome do impostor
Para ajudar você a lidar com os desafios da síndrome do impostor, separamos cinco dicas práticas.
1. Buscar ajuda especializada:
Para expressar as angústias relacionadas, uma avaliação diagnóstica mais precisa e um acompanhamento próximo são indispensáveis. Um atendimento psicoterapêutico com base em psicologia cognitiva comportamental pode muito benéfico. Isso porque, essa técnica trabalha a conscientização sobre o padrão de pensamentos e elaboração assertiva do enfrentamento.
2. Orientação de carreira:
Uma mentoria ajudará a analisar o histórico da construção de seu trabalho para encontrar elementos sobre a carreira e sobre si mesmo. Além disso, pode ajudar a entender as exigências do mercado e novas trajetórias para a carreira.
3. Ações de rotina:
Planejamento é uma estratégia eficiente para lidar com a síndrome do impostor. Ou seja, essa organização e previsibilidade ajuda na produtividade e a compreender melhor suas habilidades.
4. Fortalecer a inteligência emocional:
Fazer cursos relacionados ao desenvolvimento pessoal e emocional, ou participar de grupos de discussão também são estratégias para lidar com a questão.
5. Invista em aprimoramento profissional:
Desenvolver novas habilidades técnicas e ampliar o conhecimento são estratégias de capacitação profissional. Isso proporciona dá subsídio aos profissionais para exercerem suas funções com excelência.
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